segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Veneno nosso de cada dia.

O que prefere: cianureto, tetrodotoxina ou cicuta?

A escolha entre os três principais candidatos me parece um suicídio deliberado. Escolher entre três venenos letais. A única diferença na escolha reside tão somente no caráter do veneno. Fique claro que me refiro somente às propriedades constitutivas das substâncias, e não a um aspecto ético. Pois, tratando-se de um paralelo entre venenos e políticos, não sejamos injustos com os venenos, estes tem mais ética e coerência. Sabemos sempre o que esperar deles.

Aécio é um cianeto. Se estivesse bem nas pesquisas seria cianureto, seu nome popular. Até a ação deste veneno sobre o sistema nervoso é semelhante à sua campanha: começa estimulando, termina deprimindo.
Cianeto é qualquer sal derivado do ácido cianídrico. Seu nome tem o prefixo grego cian/cor azul. A cor do PSDB. Aí está o ponto. Aécio, como candidato do PSDB, é tão derivativo e letal como um cianeto ou qualquer integrante do seu partido. Não faz diferença. Aliás, tem uma diferença. Apesar da sua campanha volátil, Aécio não é um cianeto em forma de gás - um Zyklon B, o preferido dos nazistas, à base de cianeto de hidrogênio. Mas sim um derivado do cianeto de potássio, usado na forma de pozinho branco.

Dilma é tetradotoxina. Um veneno encontrado no reino animal, comumente em duas criaturas marinhas. Uma delas é o polvo de anéis azuis, mas, no caso raro e específico de Dilma, o veneno deriva de Lula mesmo. A outra criatura é o baiacu. Peixinho da familía dos Tetrodontídeos, daí vem o nome do veneno. O baiacu apresenta forma globosa, boca pequena e com placas ósseas, corpo coberto de espinhos e capaz de inflar feito uma bola. A cara da Dilma. A tetrodotoxina proveniente do baiacu também é usada em rituais de vodu no Haiti, para a criação de zumbis. Isso esclarece muito sobre o comportamento dos petistas.

Osmarina é uma cicuta. Veneno silvestre. Plantinha da família das umbelíferas, tem folhas variáveis e flores pequenas e sempre dispostas em forma de umbelas (guarda-chuva), cresce nos pântanos e montanhas. A erva-doce é uma umbelífera. Pegue uma mimosa plantinha florida parecida com erva-doce, adicione um veneno de odor nauseante, você terá a cicuta. Osmarina é nossa erva-doce venenosa. A título de classificação: uma Cicuta-do-Acre.

Além da morfologia vegetal, Osmarina me parece um veneno de cicuta por outras implicações. Uma delas é por sua vítima mais famosa, da cicuta, não da Osmarina: Sócrates. Filósofo fundador da Ética, vítima de uma democracia corrompida, perguntador contumaz e anti-sofista de carteinha. Osmarina é uma antítese socrática, uma sofista, os vulgares "mercenários da arte do bem falar" - bem, este quesito da retórica não se aplica propriamente a ela. Enquanto Socrates destruía certezas com perguntas e bons argumentos, os sofistas não se preocupavam com uma verdade moral ou justa, o relativismo impera, argumentar é o mais importante, tudo bem embrulhadinho numa fala bem articulada.

Osmarina apresenta características bem sofistas: o conhecimento reduzido à opinião, e o bem, à utilidade, reconhecendo a relatividade da verdade e dos valores morais, que mudam segundo o lugar e o tempo. Só não é uma sofista perfeita pela sua inabilidade erística: não consegue refutar e sustentar ao mesmo tempo teses contrárias. Sempre volta atrás.

A partir da máxima do primeiro sofista, Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas", Osmarina parte para uma relativização importante: o homem é a medida das coisas, se esse homem for do agronegócio ou de um banco, melhor ainda! Mas, pode ser uma mulher também.

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