domingo, 8 de novembro de 2015
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
domingo, 30 de agosto de 2015
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
terça-feira, 16 de setembro de 2014
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Veneno nosso de cada dia.
O que prefere: cianureto, tetrodotoxina ou cicuta?
A escolha entre os três principais candidatos me parece um suicídio deliberado. Escolher entre três venenos letais. A única diferença na escolha reside tão somente no caráter do veneno. Fique claro que me refiro somente às propriedades constitutivas das substâncias, e não a um aspecto ético. Pois, tratando-se de um paralelo entre venenos e políticos, não sejamos injustos com os venenos, estes tem mais ética e coerência. Sabemos sempre o que esperar deles.
Aécio é um cianeto. Se estivesse bem nas pesquisas seria cianureto, seu nome popular. Até a ação deste veneno sobre o sistema nervoso é semelhante à sua campanha: começa estimulando, termina deprimindo.
Cianeto é qualquer sal derivado do ácido cianídrico. Seu nome tem o prefixo grego cian/cor azul. A cor do PSDB. Aí está o ponto. Aécio, como candidato do PSDB, é tão derivativo e letal como um cianeto ou qualquer integrante do seu partido. Não faz diferença. Aliás, tem uma diferença. Apesar da sua campanha volátil, Aécio não é um cianeto em forma de gás - um Zyklon B, o preferido dos nazistas, à base de cianeto de hidrogênio. Mas sim um derivado do cianeto de potássio, usado na forma de pozinho branco.
Dilma é tetradotoxina. Um veneno encontrado no reino animal, comumente em duas criaturas marinhas. Uma delas é o polvo de anéis azuis, mas, no caso raro e específico de Dilma, o veneno deriva de Lula mesmo. A outra criatura é o baiacu. Peixinho da familía dos Tetrodontídeos, daí vem o nome do veneno. O baiacu apresenta forma globosa, boca pequena e com placas ósseas, corpo coberto de espinhos e capaz de inflar feito uma bola. A cara da Dilma. A tetrodotoxina proveniente do baiacu também é usada em rituais de vodu no Haiti, para a criação de zumbis. Isso esclarece muito sobre o comportamento dos petistas.
Osmarina é uma cicuta. Veneno silvestre. Plantinha da família das umbelíferas, tem folhas variáveis e flores pequenas e sempre dispostas em forma de umbelas (guarda-chuva), cresce nos pântanos e montanhas. A erva-doce é uma umbelífera. Pegue uma mimosa plantinha florida parecida com erva-doce, adicione um veneno de odor nauseante, você terá a cicuta. Osmarina é nossa erva-doce venenosa. A título de classificação: uma Cicuta-do-Acre.
Além da morfologia vegetal, Osmarina me parece um veneno de cicuta por outras implicações. Uma delas é por sua vítima mais famosa, da cicuta, não da Osmarina: Sócrates. Filósofo fundador da Ética, vítima de uma democracia corrompida, perguntador contumaz e anti-sofista de carteinha. Osmarina é uma antítese socrática, uma sofista, os vulgares "mercenários da arte do bem falar" - bem, este quesito da retórica não se aplica propriamente a ela. Enquanto Socrates destruía certezas com perguntas e bons argumentos, os sofistas não se preocupavam com uma verdade moral ou justa, o relativismo impera, argumentar é o mais importante, tudo bem embrulhadinho numa fala bem articulada.
Osmarina apresenta características bem sofistas: o conhecimento reduzido à opinião, e o bem, à utilidade, reconhecendo a relatividade da verdade e dos valores morais, que mudam segundo o lugar e o tempo. Só não é uma sofista perfeita pela sua inabilidade erística: não consegue refutar e sustentar ao mesmo tempo teses contrárias. Sempre volta atrás.
A partir da máxima do primeiro sofista, Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas", Osmarina parte para uma relativização importante: o homem é a medida das coisas, se esse homem for do agronegócio ou de um banco, melhor ainda! Mas, pode ser uma mulher também.
A escolha entre os três principais candidatos me parece um suicídio deliberado. Escolher entre três venenos letais. A única diferença na escolha reside tão somente no caráter do veneno. Fique claro que me refiro somente às propriedades constitutivas das substâncias, e não a um aspecto ético. Pois, tratando-se de um paralelo entre venenos e políticos, não sejamos injustos com os venenos, estes tem mais ética e coerência. Sabemos sempre o que esperar deles.
Aécio é um cianeto. Se estivesse bem nas pesquisas seria cianureto, seu nome popular. Até a ação deste veneno sobre o sistema nervoso é semelhante à sua campanha: começa estimulando, termina deprimindo.
Cianeto é qualquer sal derivado do ácido cianídrico. Seu nome tem o prefixo grego cian/cor azul. A cor do PSDB. Aí está o ponto. Aécio, como candidato do PSDB, é tão derivativo e letal como um cianeto ou qualquer integrante do seu partido. Não faz diferença. Aliás, tem uma diferença. Apesar da sua campanha volátil, Aécio não é um cianeto em forma de gás - um Zyklon B, o preferido dos nazistas, à base de cianeto de hidrogênio. Mas sim um derivado do cianeto de potássio, usado na forma de pozinho branco.
Dilma é tetradotoxina. Um veneno encontrado no reino animal, comumente em duas criaturas marinhas. Uma delas é o polvo de anéis azuis, mas, no caso raro e específico de Dilma, o veneno deriva de Lula mesmo. A outra criatura é o baiacu. Peixinho da familía dos Tetrodontídeos, daí vem o nome do veneno. O baiacu apresenta forma globosa, boca pequena e com placas ósseas, corpo coberto de espinhos e capaz de inflar feito uma bola. A cara da Dilma. A tetrodotoxina proveniente do baiacu também é usada em rituais de vodu no Haiti, para a criação de zumbis. Isso esclarece muito sobre o comportamento dos petistas.
Osmarina é uma cicuta. Veneno silvestre. Plantinha da família das umbelíferas, tem folhas variáveis e flores pequenas e sempre dispostas em forma de umbelas (guarda-chuva), cresce nos pântanos e montanhas. A erva-doce é uma umbelífera. Pegue uma mimosa plantinha florida parecida com erva-doce, adicione um veneno de odor nauseante, você terá a cicuta. Osmarina é nossa erva-doce venenosa. A título de classificação: uma Cicuta-do-Acre.
Além da morfologia vegetal, Osmarina me parece um veneno de cicuta por outras implicações. Uma delas é por sua vítima mais famosa, da cicuta, não da Osmarina: Sócrates. Filósofo fundador da Ética, vítima de uma democracia corrompida, perguntador contumaz e anti-sofista de carteinha. Osmarina é uma antítese socrática, uma sofista, os vulgares "mercenários da arte do bem falar" - bem, este quesito da retórica não se aplica propriamente a ela. Enquanto Socrates destruía certezas com perguntas e bons argumentos, os sofistas não se preocupavam com uma verdade moral ou justa, o relativismo impera, argumentar é o mais importante, tudo bem embrulhadinho numa fala bem articulada.
Osmarina apresenta características bem sofistas: o conhecimento reduzido à opinião, e o bem, à utilidade, reconhecendo a relatividade da verdade e dos valores morais, que mudam segundo o lugar e o tempo. Só não é uma sofista perfeita pela sua inabilidade erística: não consegue refutar e sustentar ao mesmo tempo teses contrárias. Sempre volta atrás.
A partir da máxima do primeiro sofista, Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas", Osmarina parte para uma relativização importante: o homem é a medida das coisas, se esse homem for do agronegócio ou de um banco, melhor ainda! Mas, pode ser uma mulher também.
sábado, 13 de setembro de 2014
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Novaes e sua ourivesaria gráfica
"Padronarte-Alegoria Oriental", uma bela obra. Faz parte de uma série de desenhos de Novaes, onde ele se vale do contraste branco e preto para criar padrões e tramas, que resultam em um trabalho de plasticidade orgânica.
Esta obra surpreende. Primeiramente no seu aspecto formal e estético. Por seu carater original constitutivo ser um diálogo entre inúmeros padrões, o que facilmente poderia resultar em um caos grotesco de antagonismos gráficos, mas que pela habilidade técnica do artista e por seu conhecimento das regras do desenho - consciente e seguramente transgredidas em seus fundamentos formais do dito "bom-gosto" do "isto não combina com aquilo" - atinge um belo resultado. O equilibrio entre as tramas, que nos propicia uma visão panorâmica organica e equlibrada do movimento das figuras, estabelece um diálogo sólido e resoluto com seu espaço, resolvido dentro de uma proporção áurea triangular e ascendente, elegante e naturalmente estruturada. Uma hábil orquetração de ruídos gráficos.
Outro aspecto muito interessante de "Padronarte-Alegoria Oriental" é seu caráter notadamente pós-moderno. A apresentação de um multiculturalismo simbólico através desta contundente massa gráfica, em um primeiro momento dividida em dois elementos principais, que numa leitura progressiva vai se fragmentado em elementos que parecem fazer parte de um labirinto de sentidos ocultos, é um convite a decifrar um enigma permeado de arquétipos.
A partir dessa observacão labírintica vamos recolhendo símbolos culturais diversos. Em primeira hora temos um simulacro, ou mesmo uma paródia, da mitologia do cavaleiro contra o dragão. Pela proximidade cultural, imediatamente somos remetidos a algo tão brasileiro e popular, São Jorge. No entanto, a leitura da obra se desdobra em uma direção inusitada, quando percebemos os simulacros de ideogramas orientais, dispostos no espaço da obra à maneira das clássicas xilogravuras japonesas. Um chiste gráfico e cultural que imediatamente coloca em diálogo Ocidente e Oriente, não somente no campo estético, mas também, implicitamente, no campo mais amplo dos aspectos que se contrapõem culturalmente, tanto religiosos, pela invocação imediata da imagem de um São Jorge, como morais e existenciais, através de uma conduta de moralidade oriental, já que num segundo momento temos os ideogramas e a figura de um cavaleiro que se assemelha a um samurai polimórfico. Este rápido contraponto ontológico inicia uma dialética que se estenderá por toda a obra.
Este samurai polimórfico é um ponto alto do aspecto estético pós-moderno da obra. Na sua constituiçao afloram inúmeros elementos de variadas culturas: oriental, pre-colombiana e européia . Desde a forma imediata do capacete, similar a de um elmo de samurai, no entanto composta por uma cabeça de dupla face com um adorno de características incas, e nas próprias feições do samurai e nos detalhes em volta do seu rosto, que se assemelham ao de uma figura asteca, identidade confirmada pelas pernas de felino, propriamente o leopardo-guerreiro ou homem-jaguar, uma divindade comum às mitologias asteca, maia e inca. Não deixemos de notar a cultura européia representada pela espada.
Do corpo e da cabeça deste personagem polimórfico proliferam elementos de ordem animal e vegetal: rostos de ar sarcático, uma cobra, flores variadas, tentáculos, padronagens que nos lembram serpentes. Um corpo como depósitório de conceitos em profusão, que parecem mover-se alterando a sua própria forma continuadamente: a civilização que "evolui" sob sua própria dialética. É nessa sugestão de uma mutação polimórfica contínua que reside um dos pontos mais interessantes desta obra: a civilização resulta de um processo contínuo entre elementos, às vezes ontologicamente tão diversos, mas que são obrigados a estabelecer relações. As idiossincrasias do processo histórico.
Mas o cerne desta obra está encapsulado em dois elementos: a espada e o fogo. Notemos que o guerreiro tem três braços, sendo um deles anomalamente surgido da testa do guerreiro e empunhando a espada. Esse é o contraponto simbólico de outra anomalia: um dragão ostentando luvas e uma chama saída de sua mão. Contrariando o aspecto usual do mito, temos um dragão que não verte chamas pela boca e mostra patas humanizadas pelas luvas. Neste embate reside outro elemento que recrudesce o caráter de conceito pós-moderno da obra: uma inversão irônica da paródia. O dragão, um suposto ser "bestial", contradiz o ato de violência de um ser supostamente mais "civilizado", um humanóide, apresentando-lhe o fogo controlado, símbolo de sabedoria. Em réplica, o guerreiro aponta para sua espada, artefato cuja forja só é possível pelo fogo, também o domínio de um saber e símbolo da indústria do homem sobre os elementos da natureza. A partir desta hermenêutica temos um outro questionamento que caracteriza a derrocada do pensamento iluminista e suas certezas de domínio da natureza, simbolizada na figura do dragão: o fim da modernidade e de suas certezas cartesianas, e o reconhecimento do valor mitológico para o pensamento. Nem o homem é tão civilizado, nem a natureza tão selvagemente ilógica.
"Padronarte-Alegoria Oriental" é uma bela demonstração do equilibro entre estética refinada e rico conteúdo simbólico.
"Padronarte-Alegoria Oriental", uma bela obra. Faz parte de uma série de desenhos de Novaes, onde ele se vale do contraste branco e preto para criar padrões e tramas, que resultam em um trabalho de plasticidade orgânica.
Esta obra surpreende. Primeiramente no seu aspecto formal e estético. Por seu carater original constitutivo ser um diálogo entre inúmeros padrões, o que facilmente poderia resultar em um caos grotesco de antagonismos gráficos, mas que pela habilidade técnica do artista e por seu conhecimento das regras do desenho - consciente e seguramente transgredidas em seus fundamentos formais do dito "bom-gosto" do "isto não combina com aquilo" - atinge um belo resultado. O equilibrio entre as tramas, que nos propicia uma visão panorâmica organica e equlibrada do movimento das figuras, estabelece um diálogo sólido e resoluto com seu espaço, resolvido dentro de uma proporção áurea triangular e ascendente, elegante e naturalmente estruturada. Uma hábil orquetração de ruídos gráficos.
Outro aspecto muito interessante de "Padronarte-Alegoria Oriental" é seu caráter notadamente pós-moderno. A apresentação de um multiculturalismo simbólico através desta contundente massa gráfica, em um primeiro momento dividida em dois elementos principais, que numa leitura progressiva vai se fragmentado em elementos que parecem fazer parte de um labirinto de sentidos ocultos, é um convite a decifrar um enigma permeado de arquétipos.
A partir dessa observacão labírintica vamos recolhendo símbolos culturais diversos. Em primeira hora temos um simulacro, ou mesmo uma paródia, da mitologia do cavaleiro contra o dragão. Pela proximidade cultural, imediatamente somos remetidos a algo tão brasileiro e popular, São Jorge. No entanto, a leitura da obra se desdobra em uma direção inusitada, quando percebemos os simulacros de ideogramas orientais, dispostos no espaço da obra à maneira das clássicas xilogravuras japonesas. Um chiste gráfico e cultural que imediatamente coloca em diálogo Ocidente e Oriente, não somente no campo estético, mas também, implicitamente, no campo mais amplo dos aspectos que se contrapõem culturalmente, tanto religiosos, pela invocação imediata da imagem de um São Jorge, como morais e existenciais, através de uma conduta de moralidade oriental, já que num segundo momento temos os ideogramas e a figura de um cavaleiro que se assemelha a um samurai polimórfico. Este rápido contraponto ontológico inicia uma dialética que se estenderá por toda a obra.
Este samurai polimórfico é um ponto alto do aspecto estético pós-moderno da obra. Na sua constituiçao afloram inúmeros elementos de variadas culturas: oriental, pre-colombiana e européia . Desde a forma imediata do capacete, similar a de um elmo de samurai, no entanto composta por uma cabeça de dupla face com um adorno de características incas, e nas próprias feições do samurai e nos detalhes em volta do seu rosto, que se assemelham ao de uma figura asteca, identidade confirmada pelas pernas de felino, propriamente o leopardo-guerreiro ou homem-jaguar, uma divindade comum às mitologias asteca, maia e inca. Não deixemos de notar a cultura européia representada pela espada.
Do corpo e da cabeça deste personagem polimórfico proliferam elementos de ordem animal e vegetal: rostos de ar sarcático, uma cobra, flores variadas, tentáculos, padronagens que nos lembram serpentes. Um corpo como depósitório de conceitos em profusão, que parecem mover-se alterando a sua própria forma continuadamente: a civilização que "evolui" sob sua própria dialética. É nessa sugestão de uma mutação polimórfica contínua que reside um dos pontos mais interessantes desta obra: a civilização resulta de um processo contínuo entre elementos, às vezes ontologicamente tão diversos, mas que são obrigados a estabelecer relações. As idiossincrasias do processo histórico.
Mas o cerne desta obra está encapsulado em dois elementos: a espada e o fogo. Notemos que o guerreiro tem três braços, sendo um deles anomalamente surgido da testa do guerreiro e empunhando a espada. Esse é o contraponto simbólico de outra anomalia: um dragão ostentando luvas e uma chama saída de sua mão. Contrariando o aspecto usual do mito, temos um dragão que não verte chamas pela boca e mostra patas humanizadas pelas luvas. Neste embate reside outro elemento que recrudesce o caráter de conceito pós-moderno da obra: uma inversão irônica da paródia. O dragão, um suposto ser "bestial", contradiz o ato de violência de um ser supostamente mais "civilizado", um humanóide, apresentando-lhe o fogo controlado, símbolo de sabedoria. Em réplica, o guerreiro aponta para sua espada, artefato cuja forja só é possível pelo fogo, também o domínio de um saber e símbolo da indústria do homem sobre os elementos da natureza. A partir desta hermenêutica temos um outro questionamento que caracteriza a derrocada do pensamento iluminista e suas certezas de domínio da natureza, simbolizada na figura do dragão: o fim da modernidade e de suas certezas cartesianas, e o reconhecimento do valor mitológico para o pensamento. Nem o homem é tão civilizado, nem a natureza tão selvagemente ilógica.
"Padronarte-Alegoria Oriental" é uma bela demonstração do equilibro entre estética refinada e rico conteúdo simbólico.
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terça-feira, 18 de março de 2014
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